Desformas – Ovos de Serpente

DESFORMAS Abr-Jun2013

19h:
Simone Ishibashi
Trotsky e a estratégia marxista na guerra

Apesar de ter sido assassinado antes do auge da Segunda Guerra Mundial, Leon Trotsky legou uma ampla gama de análises sobre o caráter dessa que se constituiria como o maior conflito bélico que a humanidade já vira. Suas análises do período estão marcadas pela necessidade de elaboração de uma estratégia de independência de classe, que orientasse a classe trabalhadora e os marxistas revolucionários. Sendo assim, analisou a guerra como “continuação da política por outros meios (pela violência)”, tal como antes fizeram Marx, Engels e Lênin adotando a máxima do general prussiano Carl Von Clausewitz, e utilizando-a der um ponto de vista marxista, isto é, partindo da existência das classes sociais e do caráter de classe que dos Estados nacionais. Esta apropriação, negada por toda a historiografia que enxerga na Segunda Guerra Mundial um enfrentamento entre regimes, ou seja, entre democracia burguesa e fascismo, permitiu a Trotsky determinar o caráter fundamental da guerra em curso e de outras possíveis combinações em seu interior. Assim, Trotsky pôde definir que o conflito fundamental existente na Segunda Guerra Mundial se determinava por uma guerra reacionária, entre imperialismos, pela nova partilha do mundo. Porém, o método de análise legado por sua obra, permitiu que se estabelecesse a orientação correta para cada um dos conflitos contidos no interior da Segunda Guerra Mundial, distinguindo-os mediante o seu caráter de classe. Dessa forma, definiu que havia também uma guerra justa em defesa da URSS contra a tentativa imperialista de destruir as conquistas da revolução de 1917; uma guerra justa do povo chinês contra a colonização imperialista; uma guerra justa de libertação nacional dos povos dos países ocupados na Europa, que poderia dar lugar à revolução socialista, e por esta via vencer a um só tempo o nazi-fascismo e a dominação dos imperialismos democráticos. O objetivo da presente exposição é portanto, aprofundar o debate sobre a dialética existente entre esses conflitos distintos, no interior da Segunda Guerra Mundial.

12 de setembro (quinta), às 19h, na Casa de Cultura Japonesa
(av. prof. Lineu Prestes, 15. Cidade Universitária – USP)